Por Tatiane
Recentemente, uma pesquisa revelou que a maioria das
brasileiras não voltam a trabalhar ao término da licença-maternidade (
http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2013/10/maioria-das-profissionais-brasileiras-nao-volta-apos-licenca-maternidade.html)
. Com salários que, muitas vezes, não compensam custos com babá ou escolinha, creches
que não tem estrutura (ou vagas!), falta de suporte da própria empresa ao não
oferecer horários mais flexíveis, enfim; sem políticas que apoiem a
profissional que se tornou mãe, a alternativa mais cabível a essas mulheres foi
a de ser donas-de-casa em tempo integral.
Sou uma delas. Trabalhei até oitavo mês de gestação. Decisão
não muito fácil de se tomar mas previamente acertada com meu marido, após muita
conversa, lista de prós, contras, projetos que ficariam em stand by por um
tempo.... ... Até agora, tudo tranquilo .
Enfrentamos um “perrenguezinho” aqui outro ali mas felizes e satisfeitos com a
nossa opção. O problema está nos outros...
Escolher passar as 24 horas do dia junto a sua cria traz à mulher
o estigma de “estar na contramão das conquistas femininas”. Afinal, lutou-se
tanto por igualdade entre homens e mulheres que, optar por ser uma stay-at-home mom soa como crime
inafiançável para muita gente.
Mesmo assim, escuto coisas do tipo: “A sua neném já está
crescidinha (minha filha tem apenas um ano e três meses!) - você não vai voltar
a trabalhar?” É a pergunta que mais ouço desde que a Suellen completou uns
quatro meses (e a amamentação em livre demanda pela qual também somos
cobradíssimas??!!). Ao que respondo: “Não. Meu marido e eu achamos, por
enquanto, que esse é o melhor caminho para nós”. Cara de espanto. “Mas você estudou
tanto, sempre trabalhou...”
Isso é importante e eu não me reconheceria sem as
oportunidades de estudo e trabalho que tive. Mas agora vivo um outro momento: o de acompanhar cada passinho da minha filha,
de leva-la ao pediatra nos dias certos, de brincar com ela, vê-la acordar, passar
por cada fase do seu desenvolvimento tentando deixa-la o mais feliz e
confortável possível, de educá-la conforme os princípios em que acredito, de
fazer passeios familiares a qualquer chance (em vez de negar todo convite para
lazer diante da exaustão causada pela jornada tripla a que as mulheres se
submetem - aquelas que não engrossaram as estatísticas da pesquisa que citei no
início do post).
Entendam, por favor, que não estou aqui para criticar as
mães que trabalham fora. Ao contrário;
eu as admiro e as respeito profundamente. Tenho amigos e conhecidos frutos
de mães nesse perfil que se tornaram adultos ajustadíssimos, bem sucedidos
(embora, vez ou outra, falem com certo ressentimento da falta que elas fizeram
em apresentações escolares e/ou por ter de pegar conduções sozinhos ainda pequenos). Meu objetivo
aqui é mostrar que abrir mão (pelo menos temporariamente) de uma carreira de
modo a priorizar a participação mais
intensa na vida de um filho pode ser muito recompensador, e não frustrante (e
até errado!), como é amplamente difundido.
Se é fácil? Evidentemente que não. Administrar um lar com
filho pequeno não é nenhum piquenique. É uma correria só. Mas é gostoso,
acreditem; só vivenciando para saber... Se um dia eu voltarei ao mercado de
trabalho? Talvez (desde que isso não prejudique o convívio familiar). Se a
ideia de nunca mais trabalhar como antes me assusta? Sem dúvida. Se eu tenho
receio de essa não ter sido a melhor decisão em prol de uma vida em família
mais próxima do que Cristo estabelece? Aí, eu respondo com todas as letras:
NÃO! Sabe por que? Porque, como cristã, sigo (ou tento seguir) a Bíblia e ela
me diz lá em Provérbios 31 (sim, a mulher virtuosa novamente) que nós mulheres
somos multitarefa e que Deus nos capacitou para sermos bem sucedidas em
diversas áreas desde que não negligenciemos nosso bem maior - a família!
E o que se tem visto, atualmente, são mulheres estressadas,
trabalhando tanto, correndo tanto o dia todo que, A-CA-BA-DAS, usam o restinho
de pique para colocar a casa em ordem. Não sobra tempo nem ânimo para estar com
o marido e educar filhos no caminho em que devem andar (Provérbios 22:6). O
tênis de marca, os celulares e toda a parafernália tecnológica de ponta estão
garantidos. Afeto, atenção e carinho, porém, ficam em último plano.
Claro que tem mulheres que realmente trabalham para não
faltar o básico. Mas essas, geralmente, arrumam um tempinho para a família
porque não trabalham para mostrar a sociedade o que não são. Se algo sai do
prumo, elas não ficam se martirizando, perguntando onde erraram pois
valorizaram o que precisava ser valorizado.
É preciso ter cuidado para não ficarmos presas ao que a
sociedade nos impõe como certo pois pode acontecer o que a preletora Helena
Tannure ilustra na sua pregação sobre o papel da mulher (
http://www.youtube.com/watch?v=tTBXukv1-vs):
“Essa mesma sociedade que obriga a mulher a trabalhar sob pena de ter uma
família negligenciada é a mesma que vai cobrar seu papel de mãe quando/se o
filho der problema...”. Né?
Que o Senhor possa nos
abençoar.